6.5.17

Na praia

Hoje não fui jantar ao Peter. Fui jantar fora. Fomos ao Genuíno, em Porto Pim porque há muito que eu queria conhecer o senhor e tivemos sorte, ele estava lá exactamente como eu o imaginava: verdadeiro e amável, simpático e modesto, seguro de si e inquieto. Os velhos marinheiros acabam sempre por se encontrar. Frente ao mar, esse traço de união infinito, universal, o maior da história.

E eu hoje ali tão comigo, tão a pensar quando terei o bote pronto, quando encontrará a solidão um traço de união para mim, para que serve a saúde se sem ela se pode também viver, como teria a minha vida sido se eu quisesse (era o Fernando Pessoa que sofria de uma doença da vontade?)

Isto é,  se eu tivesse querido. Agora não quero nada se não que a vida me leve a uma praia e por lá me deixe a dormir ao sol, tranquilamente como se nada mais restasse do que esperar pelo mar, ele que se faz esperar porque sabe esperar como ninguém.

Uma praia deserta cheia de música, miúdas bonitas e rum.

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