1.7.16

Oiço-te e emudeço

Oiço-te, mulher, e emudeço. Tantas as razões como as palavras: não há uma que seja má ou menos má. Como se foras espelho e nele me visse feito mulher; como se foras mulher e eu espelho; tiras-me as palavras como se me arrancasses os corações todos e tantos são eles... Falas-me como se me falasse, oiço-te e não me oiço porque sou eu que me digo o que me dizes tu.

Não me falasses e ouvir-te-ia na mesma; e calar-me-ia também: a mudez não passa de silêncio a falar-te.

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