20.11.15

Diário de Bordos - Errol Flynn Marina, Port Antonio, Jamaica, 20-11-2015 / II

O Labest Sports Bar tem sobre o outro bar que conheço em Porto Antonio várias vantagens. Desordenadamente: está mais perto da marina, é mais barato e a barmaid mais bonita. Acessoriamente hoje, sexta-feira, a grosso modo metade feminina da clientela é bastante agradável. Tenho pena de não poder ficar mais um bocadinho. O volume e qualidade da música impedem-mo.

O Labest Sports Bar fica no primeiro andar de uma esquina na praça à frente do mercado. Tem uma varanda onde me refugio e de onde observo a vida da cidade  (ou vila ou seja o que for. Porto Antonio tem vinte mil habitantes).

A confusão no tráfego é a habitual em qualquer cidade pequena fora da Europa e provavelmente dos Estados Unidos. Não é isso que me chama a atenção. É a quantidade de mulheres que andam sozinhas na rua, o meu indicador favorito de segurança. Rua ou quarteirão onde não veja mulheres sozinhas é rua que evito ou pelo menos onde presto mais atenção ao que me rodeia.

Gosto de ver o trânsito fluir sem regras, sem sinais,  sem polícias, traços nas ruas. Assim devia ser em todo o lado. Os acidentes ocorrem porque se desrespeitam as regras de trânsito. Se não houver regras não há acidentes.

Gosto da calma, da ausência de agressividade com que todos os tipos de veículos partilham a rua. Bicicletas,  automóveis, carrinhos de mão,  camionetas, motas  (poucas), peões... A rua é de todos igualmente.

Que país estranho este, encantador e odioso, amical e inimistoso, hospitaleiro e agressivo.

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Domingo à noite chega um tripulante do Canadá e hoje o José anunciou-me que a partir de amanhã os meus runs têm um desconto  (vinte e cinco por cento, não é despiciendo). Ao contrário do que possa parecer há uma relação entre os dois factos: posso largar segunda-feira e José quer que os últimos dias sejam agradáveis.

Se fosse dado a contas calcularia quanto me custou esta generosidade do José. Mas não sou. Estou mais para o lado das tintas.

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Falta-me resolver o problema da multa e já sei que não será antes de largar, a menos que Deus exista - o que já de si é mais do que duvidoso - e goste de mim,  coisa de que tenho bastas provas não é verdade.

Mas vou lutar até ao fim. Continuo a não perceber como é que há gente que acha o Estado bondoso, e de qualquer forma lutar contra o "bem" é uma causa nobre.

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