25.5.15

Diário de Bordos - Isla San Andrés, Colômbia, 25-05-2015

Os mojitos sem açúcar do Beer Station não se comparam, nem de longe, aos do Rana Dorada do Casco Viejo em Panamá. São ligeiramente mais baratos e estão perto do mar, mas nem a beleza da paisagem nem a de preço compensam a diferença de qualidade.

W. está hoje, dezasseis dias depois da chegada, quase como estava: Edgar, o electricista continua a dizer que vem daqui a uma hora e não aparece; Silvério, o carpinteiro diz-me que afinal precisa de mais dinheiro - coisa de que eu já suspeitava, devo dizer, o orçamento incial era realmente barato. mas não deixou de me chatear -; na Alemanha os feriados sucedem-se e parecem-se todos uns com os outros: as juntas para o braço hidráulico ainda lá estão.

Não é verdade: W. não está na mesma. Há cada vez mais ferrugem nos brandais e hoje consegui baldear o convés. Consegui é o termo correcto, não é um exagero. Consegui baldear o convés. Não ficou como eu queria, mas está melhor.

E consegui passar o ferro à popa. Fantástico. Só vitórias.

Se me apanho fora de San Andrés e fora do W. nem acredito.

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Estou a reagir de mais. Hiper-susceptibilidade, cansaço, chame-se-lhe o que se quiser. Estar preso, por exemplo. Apetece-me meter-me num avião e ir para Cartagena, ouvir música na Plaza Trinidade ou ler na livraria Ábaco...

Em vez disso vou jantar ao Lupita, tex-mex assim assim.

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Ataquei a italiana demasiado forte e ela percebeu que estou inseguro, fragilizado, impaciente. As mulheres têm um olfacto para estas coisas que nem perdigueiros.

A italiana que se lixe. Não sabe o que perde: um homem vulnerável é uma galáxia.

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