3.3.15

Soltas mas elaboradas

São quase onze da noite, toda a gente dorme, o rum é uma merda qualquer de Porto Rico, uma ilha da qual tanto gosto e depois faz-me isto; salto de Ahmad Jamal, gosto do ritmo, da energia, da velocidade a Closer (vou à música buscar o ocidente do ocidente e ao rum o sul do sul).

Estou cansado, cheio de feridas em tudo quanto é corpo, não lavei a roupa.

Antes e depois do sol houve nevoeiro, mas o sol durou mais.

Não quero estar em lugar nenhum, com a possível excepção daquele para onde vou.

O supermercado onde fazemos as compras é um supermercado de luxo, "topo de gama" (entre aspas: topo de gama é a expressão mais patética daquela gente patética). Tem tudo de todo o lado menos de Portugal. Minto: tem dois ou três Portos. Se conseguisse estar-me-ia nas tintas para Portugal.

Também me estou nas tintas para os Estados Unidos, note-se. Parece um país sem adultos. "Atenção ao degrau", "A chávena pode estar quente", " Veja onde põe os pés", não faça isto, aquilo ou seja o que for. Que se fodam os avisos mai-los americanos. Precisam que lhes digam que a chávena de café está quente?

O trabalho nunca mais acaba: cada passo que damos para a frente leva a dois para trás. Quero sair daqui.




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