20.11.14

Diário de Bordos - Galveston, Texas, Estados Unidos, 19 e 20-11-2014

Conheço mal Galveston, claro. Saio de bordo para comer - quase sempre no McDonald's, o sítio mais perto (meia hora a pé) que tem simultaneamente comida e wifi -, para ir ao Walmart comprar qualquer coisa ou para ir à biblioteca, que tem computadores (e gratuitos, qui plus est). A cidade é uma mistura esquisita de cidade portuária, cidade hospitalar e cidade histórica. Digo mistura, mas não sei se é correcto: ignoro como interagem.

As primeiras impressões são agradáveis. Ruas largas, desertas de peões - ando quilómetros todos os dias e contam-se pelos dedos da mão esquerda (tem os mesmos, mas desajeitados) a quantidade de peões com que me cruzo - percorridas por viaturas potentes que parecem circular sozinhas, seja por causa dos vidros escuros ou devido à aparente ausência de qualquer actividade humana - não há buzinadelas, acelerações bruscas,  travagens, curvas com os pneus a chiar -.

Os carros ou são conduzidos por máquinas ou por ninguém. Conduzem-se a si próprios.

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O autocarro é confortável,  pontual - há qualquer coisa de mágico numa cidade na qual os autocarros não só têm horários como os respeitam - e está limpo,  o que não é surpreendente porque está vazio, apesar de só passar de meia em meia hora. Até à paragem terminal sou o único passageiro. Depois desço e entra uma senhora.

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Hoje decidi jantar "em terra". Que se lixe o wifi. Vou a um restaurante a sério.

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(20-11-2014)

Fui. E depois fui a um bar que tem Laphroaig a sete dólares a dose.

Claro que nos Estados Unidos as doses são mais pequenas do que as nossas; e aos preços há que acrescentar a gorjeta. Mas vale a pena, mesmo assim. Há tantos anos que não bebia um whisky de malte... E logo este, um dos meus favoritos. E a rapariga do bar, tão bonita.

O Texas é incomparavelmente mais barato do que a Califórnia. E mais americano...

(No sentido de corresponder mais à ideia que fazemos da América. Desde que se lê Os Americanos de Alain Peyrefitte se sabe que não existe tal coisa como os americanos. É um livro que Galveston me deu vontade de reler.)

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