17.3.14

Confissões, viver, morrer

É quase meia noite, não há sopro de vento, oiço o Egberto Gismonti (ou outro qualquer) bebo vinho tinto (ou rum, já não sei bem) e pergunto-me se gostar desta vida é tão anormal como quase sempre penso que é.

Não é, claro. A incerteza é mais rica do que a certeza, por muito chata que seja, por muitos impellers que se partam, por muitas retretes que precisem de bombas novas ou de pescoços de cavalo nos tubos de evacuação. Custa-me muito perder tudo e todos os que perdi por causa da minha vida; mas custar-me-ia muito mais não a viver.

Talvez viver seja perder; e ganhar uma espécie de morte adiada, incompreendida por quem morre.

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