9.12.11

Diário de bordos - 091211

Tinha previsto uma viagem calma, lenta, com várias escalas. Não vai ser assim: tenho que chegar o mais depressa possível. Uma escala rápida em Bequia e será mar, mar, mar. Não é pior: estou a precisar de uns dias de mar.

Factos relevantes:

- Ontem perdi a máquina fotográfica. Caiu à água, por dez metros de fundo. Ficou lá;
- Hoje fui à praia;
- A febre do boat show já passou. É uma feira para profissionais e voltaram para os seus países respectivos. Quando voltar, Falmouth Harbour estará calmo. A maior parte dos mega-iates terá ido para St. Martin. Há menos mulheres, e deixaram de ser todas iguais;
- Já não posso dizer que nunca entrei num ginásio: tenho ido todos os dias, pelo menos duas vezes por dia e às vezes três. O duche da marina é lá.

Vivemos em Antigua, mas conhecemos Falmouth Harbour, Jolly Harbour e a capital, St. John's. É pouco, nada. E não me refiro só às paisagens: a Lena dizia-me recentemente que as pessoas do mar parecem viver noutro planeta. É verdade. O mar é um planeta diferente, quase auto-suficiente: temos os nossos supermercados, os nossos bares, a nossa língua, os nossos códigos. É pena; e a verdade é que me integro tão pouco neste mundo como no outro. As conversas do Skullduggery são as mesmas de qualquer bar de marinheiros em qualquer porto do mundo, e tão chatas.

Ocorrem-me os versos na parede do restaurante em Bequia: "I know them. I am one of them".


Preciso de mar como de respirar. Preciso de mar para respirar.

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