13.7.11

Confusão, resultado

Isto está uma confusão. Às vezes escrevo a quem não devo; outras, não o faço a quem devia. Acabo sempre por dizer o que não quero, ou não dizer o que queria: com a mão na folha errada. Uma confusão. Por uma razão que compreendo mas acho injusta é mais fácil não se dizer o que se quer do que o contrário. Muito menos a ti, a quem tanto devia ter dito e não disse, ou disse e não devia.

Que se lixe. Palavras leva-as o vento (que também as traz, verdade seja dita). Mas nada disso importa. Nada. Mil palavras não substituem a tua mão na minha pele, os teus lábios nos meus, os meus no teu ventre, as minhas mãos nas tuas coxas e por aí fora. Os teus olhos, por exemplo, fechados a olhar para dentro de mim como se nunca me tivesses visto. De certa forma não viste, repara.

Um dia será a primeira vez. Ou quase a primeira, tanto faz. Não há primeiras vezes. Dissolveram-se todas nas segundas, nas terceiras ou nas milésimas. É daí que vem a confusão: a ordem dos factores é aleatória; só o resultado não o é.

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