7.2.11

Serviço público, Simplex

Na sexta-feira às nove da manhã fui ao escritório do director dos Affaires Maritimes de Fort-de-France pedir uma equivalência entre o meu diploma da Escola Náutica e o brevet Capitaine 200, o grau mais baixo das licenças para poder ser skipper de uma embarcação de recreio com utilização profissional.

Embora à primeira vista pudesse parecer que tinha direito digamos imediato e automático a essa equivalência, o assunto era um pouco mais complicado; passo pormenores, mas a verdade é que era preciso um bocado de boa vontade para reconhecer de facto aquilo que de jure (ou pelo menos formalmente) talvez não fosse simples.

Hoje (segunda-feira seguinte, para leituras posteriores) recebi, por e-mail, a equivalência. Passo, de novo, pormenores; em Portugal, a Escola Náutica pensa poder dar-me a tradução da certidão que lhe solicitei dentro de duas semanas (para obter a equivalência, submeti ao senhor uma tradução "feita por um tradutor não ajuramentado, mas operacional"). O senhor estava preocupadíssimo com o facto de eu não poder exercer a minha profissão, e pediu-me encarecidamente que lhe enviasse as coisas (a tradução, e um outro papel para ter uma equivalência a Capitaine 500, um grau superior) o mais depressa possível: ia de férias na quarta-feira e queria deixar o assunto resolvido.

Isto num país onde não pago impostos, e que não é o meu.

II

O custo do atestado de equivalência foi zero. Em Portugal, a certidão da Escola Náutica custou-me 50 euros; e uma das razões pelas quais demorei mais de três semanas a recebê-la foi não ter pago, por lapso, o euro e cinquenta cêntimos do selo para envio pelo correio. Isto num documento que me custara 50, cinquenta, euros.

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