15.9.09

Miscelânea

A luz, a vista, a música, a luz, tu, a música, a imperial, a voz da senhora da mesa ao lado, a vista, tu, o fim do dia, amanhã, a luz, tu, a música, os prédios em frente, caóticos e como que a tomar banho numa piscina de luz, os olhos da senhora da mesa ao lado, a ponte, o rio, que quase parece a fonte da luz toda na qual tudo se enrosca como um gato num regaço, tu, o Cristo-Rei que de repente parece sustentar a base que o suporta e não o contrário, como se se preparasse para levantar voo; a tua ausência, a brisa, que me parece Norte mas que há pouco era Oeste, ou mesmo Sudoeste (prefiro o Norte - pelo menos não haverá chuva, amanhã), o pátio, onde tu não estás e tanta falta fazes, desorganizado e provocante, desorganizada e provocante de tão belo, tão bela, tão bela que és. Os barcos à vela no rio - os barcos todos, à vela e os navios - parecem brinquedos empurrados pela mão traquinas de uma criança submersa no azul-roxo da água, a música, outra vez, tu, tu, sempre tu, a tua ausência. És a ordem e o caos, a luz e a música, a beleza deste fim de dia onde não estás e que és. Tu. Toda tu. Onde estás, onde és.

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