23.12.08

Aritmética da dor e do tempo

O Don Vivo não é, quem o lê regularmente, coitado sabe-o bem, um grande especialista em matemática - aliás, há mais de dois anos que acabou o curso complementar dos Liceus, e logo a seguir o Geral de Pilotagem da Escola Náutica - há mais de dois anos que não tem aulas dessa fascinante e polivalente disciplina.

É, contudo, um especialista do tempo, e da dor. E pode por isso garantir que o resultado da fórmula tempo (t) x dor (d) não é k, não é uma constante. Isto é, se se variarem os factores em ordens inversamente proporcionais o resultado altera-se, não se mantém. Traduzindo isto em matematiquês, dá qualquer coisa como, por exemplo, (se a memória não me falha) td ≠ 1/2t x 2d. Além disso, se t tender para infinito e d para zero, o resultado, chamemos-lhe x, aumenta, não diminui.

Isto é, a dor infligida em pequenas doses durante muito tempo é superior a muita dor infligida durante pouco tempo. Sobretudo se essa dor fôr distilada ao longo do tempo com a precisão de um bisturi, a eficácia de um Caterpillar e o savoir-faire de um Talleyrand.

Esta fórmula aplica-se tanto a quem inflige a dor como a quem a recebe.

PS - a ajuda de uma ou um leitor mais versado (ou versada, que pena tenho dos tempos em que o masculino não excluía ninguém)em formulação é solicitada, bem vinda e desde já agradecida.

1 comentário:

  1. Para quê, Luís? A formulação está claríssima e muito bem apresentada. Até para mim, que sou pior ainda em matemática...
    E também tenho saudades do masculino que englobava toda a gente. Era muito mais prático e sucinto, embora não me fique muito bem dizer isto.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.