1.5.08

Sunday morning

Esta série de posts João Miranda é bastante ilustrativa da capacidade que a esquerda tem de se impermeabilizar ao real.

É uma das formas do pensamento mágico - as coisas são o que nós queremos que elas sejam, mesmo que isso não tenha nenhuma relação com o real. É uma atitude que pode ser construtiva - mas leva frequentemente a grandes catástrofes.

No segundo post há um comentário que faz pensar, de Tina: "Um dia serão os nossos filhos a emigrar para a Ucrânia". Não seria a primeira vez na nossa história: quando os ingleses receberam Hong Kong, Macau era a capital do Oriente - e Hong Kong uma rocha deserta. Menos de 100 anos depois, Macau era o prostíbulo (barato) do Oriente, e Hong Kong o que se sabe.

Não é, claro, por sermos mais "burros", ou mais "estúpidos", ou mais seja o que for do que os outros: basta viver-se meia dúzia de meses no estrangeiro para se ver que não vimos de outro planeta. È pela maneira como nos organizamos, pela maneira como aceitamos as desigualdades - absorvêmo-la através da inveja, e não por qualquer coisa de positivo - pela aversão ao risco e à mudança (veja-se o clamor que tem sido com as "reformas" do presente Governo: como se fossem mais do que o primeiro passo numa viagem que conta mil - como se fossem reformas...)

Enfim, tudo isto para chegar à conclusão que se fosse do PSD não saberia em quem votar. Provavelmente em Passos Coelho. Não sei; estou farto do passado, mas até hoje o futuro nunca passou de mais do mesmo. E que ao fim de 5 anos em Portugal sou, finalmente, vítima desta irritante mania de andar sempre à procura de uma explicação para o que somos, ou porquê.

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