13.4.08

ASAE

Um dos problemas do modus operandi da ASAE é que descredibiliza por completo uma coisa importante, a inspecção. Hoje falava com o dono de um pequeno bar de vinhos que me dizia "a ASAE já passou por cá. Vasculharam tudo. Multaram-me em 500 euros [mais do que o que ele faz em muitos dias de trabalho]. Sabe porquê? Porque não tinha o livro de reclamações [esquecera-se dele em casa, ou coisa que o valha]".

Pessoalmente, abomino o conceito do livro de reclamações, e acho que não devia sequer existir. Mas ser multado por não o ter? O que impede a ASAE de dizer "voltamos cá daqui a uma semana, e se não tiver o livro multamo-lo em 500 euros?" Porque é que tudo funciona desta forma africana, digital, zero ou um? A mesma pessoa disse-me que na Casa da Guia praticamente todos os restaurantes tinham tido de fechar, na sua maioria por pecadilhos pouco mais graves do que o livro de reclamações (não admitindo que é necessário, mas reconhecendo que a lei o impõe).

Se a ASAE actuasse doutro modo, talvez tivesse um melhor acolhimento - e talvez, finalmente, se começasse a reconhecer, em Portugal a importância do trabalho bem feito, e a dissociá-lo da repressão arbitrária e da manifestação de força inútil.

PS - tudo isto, e mais, e melhor, aqui.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.