19.4.07

"Éloge du Cosmpolitisme"

Em 1981 eu tinha 24 anos. Em Abril desse ano (nessa altura escrevia a data em que comprava os livros por baixo da minha assinatura. Depois comecei a escrever a data em que os lia. Depois deixei de escrever a data, e mais tarde deixei de os assinar) comprei - e li - "Éloge du Cosmopolitisme", de Guy Scarpetta. Não sabia ainda - mas já o devia pressentir - que toda a minha vida giraria em torno do desenraizamento.

Foi esse o tema do mid-life crisis dos quarenta e poucos. O livro de Scarpetta ajudou-me até essa altura. Agora, precisava de um "Elogio do Enraizamento", e ficaria bastante grato a quem me pudesse indicar um.

"Je l'ai déjá suggeré: le cosmopolitisme se "définit" moins qu'il ne s'"éprouve" - il se laisse mal enfermer dans des principes ou des théses, mais passe à travers tout un jeu de circulations et de branchements, de rencontres et de regroupements transgressant les identités purement nationales. Et c'était cela peut-être le plus important de ces journées: non pas une contre-parole homogène et programmée, mais un ensemble, parfois discordant, de voix singulières, parlant chacune depuis son expérience la plus intime et la plus irréductible; (...)"

"Lorsque je suis arrivé à Venise (...), ce fut le même choc qu'à chaque fois devant la ville surgissant de l'eau, (...) l'impression troublante d'une ville précaire, suspendue, sans sol,
sans racines."

Foi este livro que me fez ver as relações "troublantes" das ideologias da terra e das ditaduras, as inesperadas ramificações da ecologia - ainda não suspeitava que a ecologia seria o próximo dogma, a próxima ditadura.

Guy Scarpetta, "L'Éloge du Cosmopolitisme", col. Figures, ed. Grasset, Paris 1981.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.