30.3.07

Aristocratas, Suicidas, Deuses e Palermas

"Não há", é verdade, "aristocrata que se preze que não tenha uma camisola de lã com um buraco". É igualmente indubitável que há muito, muito tempo - meia dúzia de dias, pelo menos - não passava um momento tão mau: a música pimba brasileira é tão execrável ou pior que a portuguesa, é pior que a adolescente feia, falsa loira e camisola cor-de-rosa que fuma, e telefona, compulsivamente. Deve haver poucos lugares na terra mais desagradáveis do que um centro comercial; e de todos os centros comerciais, não há pior do que este; e dentro dos centros comerciais, não há pior zona, mais abominável, mais execrável, mais miserável, do que o food court; e do food court todo, este restaurante é o pior. Esta mistura de mau vinho, música pimba brasileira, adolescentes feias e nevróticas, crianças aos berros, caixeiras de supermercado e cheiro a comida chega para testar qualquer potencial suicida - se não se matar à saída, vai viver para sempre, como os deuses e os palermas - mesmo com buracos na camisola.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.