31.1.07

"A vida"...

...dizes, "continua". Claro que continua; mas não é essa a questão. A verdade é que não continua da mesma forma - senão, bem pouco seríamos, não achas? Bem pouco seria o que vivemos, e menos ainda o que poderíamos ter vivido. A vida continua, e nós com ela. Mas não é a mesma vida, nem nós os mesmos.

Talvez a diferença seja pequena, não sei; é possível. Por mim, prefiro pensar que não, que a diferença é grande, avassaladora, e que as nossas vidas serão, doravante, muito diferentes do que foram até hoje, e do que teriam sido, se a "vida não tivesse continuado", se tivéssemos dobrado juntos aquela esquina.

Mas a vida continuou, e seguimos em frente, cada um de nós.

30.1.07

Contextual...



Não sei bem de que lado é que isto me coloca, mas nalgum será decerto.

OTÁrios

Há assuntos muio mais prementes e importantes para o país do que a questão do aborto. Por exemplo, a OTA, o TGV, as reformas de que só se vêem sombras (ou os primeiros, e minúsculos, passos, vá lá), a educação, a justiça. Sou a favor dos referendos e da democracia directa porque os referendos tiram poder aos políticos, e tudo o que tire poder aos políticos é bom. Se fosse mau, a Suiça, que é um país pequeno, com dois terços do território inabitável, sem uma língua comum, seria um país pobre como foi até ao século XIX. Não o é porque os suiços votam os seus próprios impostos, votam onde e como o dinheiro é gasto, votam o que fazer com o dinheiro que sobra, quando sobra, votam tudo e mais alguma coisa. A Suiça é o país que é porque as pessoas votam, não apesar de as pessoas votarem. Tem inconvenientes? Tem, claro. Mas as vantagens superam-nos, largamente.

A OTA é uma asneira grave e custosa; e vai levar o Governo - os Governos, porque em breve a coisa será irreversível, e quem vai ficar com o bebé (esta é contextual) nos braços não é este governo - para a justificar, ou financiar, ou seja lá o que fôr, a fazer ainda mais asneiras.

Este post de Gabriel Silva no Blasfémias fala de uma delas:


"O modelo definido pelo governo de privatização da ANA e simultânea concessão do aeroporto da OTA tem tudo para ser um sério entrave à oferta de mais, melhores e mais baratos serviços aos clientes.
Evidentemente, os futuros novos proprietários pretenderão rapidamente rentabilizar a OTA mediante uma aposta no investimento, serviços e taxas competitivas, desvio interno de clientes e de rotas em detrimento da qualidade e competitividade de todos os demais aeroportos. Só assim, desta forma enviesada e prejudicial para as outras regiões é que o governo consegue defender que a OTA será hipotéticamente rentável e atractiva.

Ora, se ao invés da manutenção de uma situação de monopólio a ANA fosse desmembrada e privatizada, deixando os aeroportos concorrerem ou associarem-se livremente entre si, poderiam estes constatar da real necessidade ou não de um novo aeroporto: onde se situaria, como seria construído, que capacidade teria e como seria pago. O que certamente seria mais racional e serviria os interesses dos clientes e dos contribuintes.
"

Claro que num país que vê em Salazar e em Cunhal dois grandes personagens será difícil instituir o referendo como instrumento de decisão política - mas esse sim, é um esforço que vale a pena.

26.1.07

Pergunta

Quão triste precisa a tristeza de ser para nos calar?

Conselho

Se não tens nada a dizer, ouve.

Miles Davies & John Coltrane, "So what":

Retratos possíveis

"Will I ever be me again?"

Bob Marley

"No woman no cry"

"As hot as they got"

Fever, by Peggy Lee



Outra versão, menos boa, com melhor som e fotografias em vez de filme:

Pergunta

Quando é que haverá tantas canções anti-comunistas como as há anti-fascistas?

Referendo

É possível que a má-fé seja igual de ambos os lados, não sei. Mas a verdade é que quanto mais oiço os partidários do "Sim" mais vontade teria de votar "Não".

Por isso, para consumo interno, para me ajudar a manter a razão:

"A posição prudente (conservadora) é aquela que percebe que não há resposta obviamente certa, nem obviamente errada. Nesse caso, o Estado deve retraír-se, deixar de julgar, deixar às pessoas liberdade." Aqui.

Não estou de acordo com quase todo o resto dos posts sobre o tema, mas isso fica para depois.

22.1.07

Conselhos

Lá vais tu, outra vez, estrada abaixo. Essa estrada não leva a lado nenhum: só doentes e loucos por ela passam. Faz o que eu te digo: não vás para esse lado, não estás doente, não és louco; não vás por aí. vem por aqui, vai por ali, vai seja por onde fôr, mas não vás por aí. Faz filhos, educa-os, embebeda-te, escreve livros, constrói navios ou fica parado a vê-los, desenha sapatos, ou pontes, sopra vidro, faz papel, literal ou metafórico, caça passarinhos, cose velas, vai para o circo trabalhar de saltimbanco, guarda caça num parque natural, dá a volta ao mundo num balão, inventa receitas para crianças autistas, vai para a política, pesca esponjas no mar da China - tudo, menos o que estás a fazer.

Espanto

É espantosa a falta de reacção, tanto nos blogs como nos jornais (com excepção, claro, do VPV, ao indescrítivel e inqualificável "inquérito" feito nas nossas escolas a semana passada.

18.1.07

Critérios

Ele há critérios e critérios:

"Contou que tinha sido namorada dele - não foi nada, como ele diz, uma relação fortuita ou furtiva - um mês ou mais e engravidou."

A ler, já.

Como sempre, esta crónica de Luciano Amaral no Diário de Notícias de hoje.

PobreSD, ou Exasperação

Santana Lopes quer (ou diz que quer, o que é quase a mesma coisa) candidatar-se à presidência do grupo parlamentar do PSD - apoiado, supresa das surpresas, por Luis Filipe Meneses. Em breve chegará a vez de Alberto João o apoiar também.

Não há maneira de o PSD se livrar destes palhaços? Aparentemente não; nem o PSD, nem nós.

16.1.07

Tiens, tiens

Devagar, devagarinho, a França lá vai mudando. Da última vez que estive em Paris fiquei surpreendido com a ausência de presentes de cão nos passeios. E agora, isto. Pena que não o tenham feito há mais tempo.

Dúvida

Fidel Castro está a ser tratado por um médico espanhol. Bolas, e eu que pensava que a saúde era uma das grandes conquistas da revolução cubana...

Invenção

Depois da invenção do amor as relações ficaram muito mais difíceis. Mas - pese Leonard Cohen - não sei se ficaram melhores, ou mais interessantes.

15.1.07

Verdade

Vou dizer-te a verdade: não é nas palavras que penso, é em escrever-te; não é em flores: é em oferecer-tas, todos os dias. Todos os dias penso em ti, nas palavras e nas flores que te vou oferecer, um dia, e nas que te ofereci, tantas vezes. Gostava que me escrevesses, só para poder responder-te; e gostava de te ver, para poder oferecer-te flores, todos os dias, todos os dias.

Dir-me-ás, claro, que não é muito: flores e palavras não chegam para encher uma vida, ou um amor. É verdade. É pouco. Mas por trás das flores e das palavras há outras coisas, das quais as palavras, e as flores, são apenas aquilo que se vê.

Fragmento

"... dans un très bon, ou très mauvais, film, tu serais au resto avec tes enfants. Tu m'aurais vu arriver et m'aurais fait signe de ne pas m'asseoir. Mais la vie n'est qu'un film médiocre: tu n'étais pas au restaurant, le dîner fut banal, et la nuit solitaire et triste comme une vie sans toi.
..."

14.1.07

Precisão

Os pescadores do "LUZ DO SAMEIRO" não morreram devido ao disfuncionamento do ISN. Morreram porque não puseram os coletes de salvação, porque os pescadores, na sua maioria, não sabem nadar e porque, provavelmente, os meios de salvamento do navio não funcionavam. O ISN só entra no fim.

E o tripulante ucraniano não se salvou por "ser mergulhador e estar habituado a águas frias": numa água a 16 ou 17º, a hipotermia demora um bom bocado a chegar. Ele salvou-se porque sabia nadar, e sabia o que fazer naquelas circunstâncias.

O ISN - que, é forçoso reconhecer, funciona muito, mas mesmo muito mal - não foi, neste caso concreto, culpado de nada.

Bortsch, e Lombo de porco assado no forno

Há muito tempo que não comia um bortsch, e ontem resolvi fazer um. A receita foi mais ou menos esta, escolhida entre a míriade de receitas que uma busca no google produz (a Wikipedia tem um bom artigo sobre o bortsch).

A primeira vez que comi bortsch foi na Rússia; mas o melhor, indubitavelmente, foi em La Chaux-de-Fonds, na Suiça. Tínhamos hospedado em nossa casa uma russa, linda, linda como só as eslavas sabem ser (na realidade, não creio que fosse russa, mas já não me lembro de onde era - talvez checoslovaca?). Estava à espera de um visa para os Estados Unidos, e não sabíamos quanto tempo ela ia ficar. Ao fim de alguns dias a senhora começou a mostrar um interesse digamos intenso por mim. Mas eu resistia - nessa altura estava convencido, erradamente, que era monógamo. E um dia, tendo-se apercebido do meu gosto pela cozinha, ela resolveu fazer um bortsch, que estava divino, muito melhor do que o que eu fiz ontem. E que, ainda por cima, banhava em vapores de boa consciência, porque a verdade é que resisti, infelizmente, às suas propostas.

Uns dias depois o visa chegou, e ela foi-se embora. Nunca mais a vi. Um ano ou dois depois foi a vez de a minha relação terminar. Tão pouco voltei a ver a C., com quem vivi três anos - mas o que mais me impressiona é que não foi só ela que desapareceu: foi a relação que tive com ela. Desvaneceu-se por completo, desapareceu, como a cozinheira do bortsch que comi numa cozinha de La Chaux-de-Fonds, na primavera.

Ao de ontem seguiu-se um lombo de porco, com dois ou três alhos espetados e envolto numa pasta feita de mostarda e salsa picada. Muita salsa e muita mostarda (Maille). Na travessa pus um fundo de azeite, umas rodelas de cebola e vinho tinto. A ideia original era assar a carne à norueguesa, com o forno a 60º durante meia dúzia de horas, mas as coisas decidiram de outra maneira e acabei por fazê-lo normalmente.

A esta receita não está, por enquanto, associada nenhuma história em especial, pelo que vai assim, nua, coitada.

Fragmento

...não, a conversa não é inútil, nenhuma o é, nunca, ou quase nunca. É verdade que tens sempre a última palavra: todas as nossas conversas acabam com o teu silêncio, e o silêncio é a mais poderosa das palavras.

A nossa história começou, lembras-te?, com um silêncio de vinte anos, e vai acabar com outro ainda maior, se calhar.
...

12.1.07

Indecisões fundamentais

Pessoalmente, sou pelo "sim" no referendo sobre o aborto. Mas ainda bem que não voto: seria muito capaz de, sem querer, à última hora votar "Não".

8.1.07

Enraizado

Passeio-me por estas ruas de que tanto gosto, e penso que não me sinto mais fora de casa aqui do que em Lisboa, por exemplo. Mas não é verdade: não me sinto mais no estrangeiro aqui do que no Porto, ou Bragança, provavelmente (nunca lá fui). Mas em Lisboa? Não. É a minha casa, vazia ou cheia.

Um dia deixá-la-ei, se calhar, outra vez. É possível. Mas agora sei, finalmente, o que é "ser de", e nunca mais deixarei de "ser de Lisboa", nem ela deixará de ser a "minha terra".

Serviço Público - Restaurantes (Londres)

Não sou grande conhecedor da cozinha tailandesa, aviso já: em Genève havia dois ou três bons restaurantes tailandeses, e um excepcional, aos quais ia esporádica e irregularmente. O que de resto lamento, porque é boa, leve, saborosa, picante; o serviço é, geralmente, de uma simpatia inexcedível.

O Thai Taste (130, Cromwell Road, Kensington) não foge à regra. É um pequeno restaurante de bairro, e em Londres imagino que haja milhares iguais. Mas a comida é francamente boa, o serviço sorridente, rápido e eficaz, os preços acessíveis. A carta tem relativamente poucos pratos, entre os quais reconheço quase todos os clássicos.

Não atravessaria Londres para vir cá jantar - mas é uma excelente morada para a próxima estadia nesta área.

7.1.07

Nietzsche v. Descartes

Uma coisa que nunca percebi muito bem: porque é que foram os alemães a inventar o irracionalismo, na filosofia, e os franceses o seu contrário?

Serviço Público - Blogs

O Pastoral Portuguesa tem vindo a postar excertos do último livro de Thomas Pynchon, Against the Day.
São poucos e pequenos, é certo, mas enquanto não se compra o livro, é a melhor maneira de o ir degustando.

6.1.07

Fragmento sem princípio, ou "Náufragos da Nostalgia"

... não é verdade que as opiniões políticas do García Márquez me irritem, repara. É falso. Na realidade não pago para as ler, ou muito raramente, e mesmo assim diluídas no preço do jornal onde vêem publicadas. O mesmo se passa com a Maria João Pires, que oiço tocar umas sonatas de Mozart; ela diz muitos disparates, é inegável: mas que importa? Toca como uma deusa.

Uma vez fui ouvi-la, em Genève. Mozart, também. Saí do concerto a pensar que não toca com os dedos, mas sim com a alma. Nunca tinha ouvido Mozart assim, "despido", sem aquele aspecto festivo - ia dizer frívolo, mas reconheço que o termo é exagerado, conjuntural - que tantos intérpretes lhe dão.

García Márquez também escreve como um deus, mesmo se a primeira parte do livro ("Del Amor y Otros Demonios"), essa galeria de retratos, me pareceu, desta vez, um pouco longa.

Mas que dizer de passagens como esta:
"«Es horríble», dijo el obispo. «Cada hora me resuena en las entrañas como un temblor de tierra»"; ou: "No pudo continuar, porque un trueno retumbó en la casa y se escapó rodando por el mar, y un aguacero bíblico los apartó del resto del mundo. El obispo se tendió en el mecedor y naufragó en la nostalgia.
«¡Qué lejos estamos!», suspiró.
«¿De qué?»
«De nosotros mismos», dijo el obispo.
...
«No podemos intervenir en la rotación de la tierra», dijo Delaura.
«Pero podríamos ignorarla para que no nos duela», dijo el obispo. «Más que la fe, lo que a Galileo le faltaba era corazón»"?

Não podemos (não devemos) dizer nada, claro, porque seja o que for que se disser é inferior. Maria João Pires é a mesma coisa: deixa-nos sem ar quando toca, e tolerantes, generosos, surdos, quando fala.

Passei o dia quase todo em casa, e desse quase todo, a maior parte na cozinha. Isto não é grave, nem espantoso: o que o é, é ter gostado. Há em mim um mecanismo perverso que faz que só reaja aos desafios se forem gigantescos, ou absurdos. Uma vez parei completamente de beber - trabalhava num bar, onde tinha acesso legítimo a todo o alcoól que quisesse. Agora que, por razões de medecina geral, tenho de fazer dieta, passo os momentos livres a cozinhar. Não sei se está a resultar, nota: ainda é muito cedo, e ainda não comprei uma balança...

Enfim, o dia e a Maria João Pires chegam ao fim, o jantar está a quase meio, e vou dizer-te uma coisa, mas só a ti, não o repitas a ninguém: eu só tenho nostalgia do futuro. Do passado, nenhuma, ou quase nenhuma.

5.1.07

Coitadinhos

A Teixeira Duarte abdicou de metade da dívida de Angola. É compreensível e louvável: o coitadinho do governo angolano, que, é sabido, canaliza todos os seus - parcos - recursos para o desenvolvimento e bem-estar da sua população, não tem dinheiro para pagar às empresas estrangeiras os trabalhos que lhes encomendou.

Por mim, estou cheio de pena do Governo de Angola (que há mais de vinte anos anda a fazer destas, e piores - só que dantes era com a desculpa da guerra. Agora nem desculpas dão). Ainda pagaram metade. Conheço casos em que pagaram zero. A Teixeira Duarte apressa-se a esclarecer que ganhou muito mais - afinal, o que são cinqenta e três milhões de euros?

4.1.07

A ler, já.

Da série "Como é que se consegue exprimir tão bem aquilo que eu penso?":

"A Maldade (reflexões para 2007)

Qualidade do que é mau; perversidade; acção má; crueldade;

A maldade é das poucas coisas na vida que tem de ser mesmo boa.
Não bastam as imitações reles ou contrafacções vistosas como nas malas falsas. A maldade, para ser coisa que valha a pena, tem de ser pensada, maturada, bem erigida e dirigida. Tem de ser preparada com o mesmo grau de empenho que se consagra a uma surpresa para o ente mais querido, no mesmo enlevo sigiloso de quem busca aquele (tão especial) momento e não outro (comum). Tem de ser oferecida olhos nos olhos, desafiando, aguardando e acatando a retribuição. Deve, contudo, ser ofertada com o pudor dos actos realmente grandes, e não alardeada da forma desabrida das coisas comezinhas.
"

Continua, aqui.

2.1.07

Fragmento

"...Qui plus est, je ne veux même plus savoir : au fond, nos vies, toutes les vies, sont jonchées de ce qui aurait pu être et ne fut point, et cela ne change grand chose à ce qui est.
... "

Leituras díspares

"His soul swooned slowly as he heard the snow falling faintly through the universe and faintly falling, like the descent of their last end, upon all the living and the dead." (James Joyce, The Dead). O meu conto favorito, de sempre; o mais elegante, uma obra-prima de understatement.


"Guy looked at the boy intently. The boy said nothing more. He sat and waited, his eyes cast down shyly. Then Guy in deep and bitter reflection buried his face in his hands. What was the use? It was finished. Finished! He surrendered. He sat back in his chair and sighed deeply.
"Tell your mother to pack up her things and yours. She can come back."
"When?" asked the boy, impassively.
Hot tears trickled down Guy's funny, round spotty face.
"Tonight.
" (The Force of Circumstance, de W. Somerset Maugham).

"La raison est le plus parfait, le plus noble et le plus exquis de nos sens." (Montesquieu, L'Esprit des Lois, citado de A Propos de Montesquieu, de J. Starobinski, in Essai sur le Goût). Cf. post anterior...

1.1.07

Sensualidade, inteligência e al.

Há muito tempo que me interrogo sobre as relações entre sensualidade e inteligência, esses dois pilares centrais (quanto a mim, claro) de qualquer personalidade. Não há: cada uma delas existe de per si, independente da outra.

Mas quando se encontram, que felicidade! A sensualidade esgota-se depressa (em quinze ou vinte anos, murmura-me ao ouvido uma voz que bem conheço. Não tanto, respondo, não tanto); mas, aliada à inteligência, renova-se sem fim, é uma alegria, um prazer (em todos, e de todos, os sentidos).

Mais do que a beleza, mais do que um corpo escultural, mais do que o dinheiro, a melhor aliada, o melhor expoente, da sensualidade é a inteligência.