29.10.05

Diálogo extenso, irrealista, mas possível

- Andas à procura da tua "princesa"?
- Já não acredito em princesas. As princesas só amam sapos, rãs e coisas no género, e depois desvanecem-se. O verdadeiro luxo é a normalidade, uma mulher normal, professora, como tu, ou controladora aérea, ou psicóloga, ou decoradora de interiores, ou designer industrial, que sei eu?
- Pois, e os tubarões são vegetarianos, os porcos têm asas, e amanhã vais fazer dieta. Essa é a lista das tuas últimas "visões" (nem imaginas quanto gosto deste eufemismo, que usaste - quando? Quando nos conhecemos... foi isso que me chamaste, "visão")? E quem è que se desvaneceu, elas ou tu?
- Não, não é. Não me desvaneci, nunca me desvaneci. Desilude-te: um dia a minha vida será um "grande rio tranquilo".
- Talvez, mas não serei eu o seu leito.
- Não ando à procura de uma princesa, nem de um leito. Quero "casar e ter filhos", mesmo que seja entre aspas.
- Não sei ouvir entre aspas.
- Ensinar-te-ei, não te preocupes.

II

- És a mulher da minha vida.
- Não sou: sou uma mulher na tua vida.
- Se quiseres, sê-lo-ás.
- E quem te diz que quero ser a mulher da tua vida?

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.